E nós cremos e conhecemos que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Comentário de Brooke Westcott
E nós. O pronome é enfático; nós, que estamos mais próximos de Ti e temos Te ouvido com mais devoção.
cremos e conhecemos – “temos crido e sabemos” (ou melhor, “viemos a saber”). A fé vital, que abraça os novos dados da vida superior, precede a apreciação intelectual consciente deles. “Non cognovimus et credidimus … Credidimus enim ut cognoseeremus; nam si prius cognoscere et deinde credere vellemus, nec cognoscere nec credere valeremus” (Agostinho, comentando o texto). Compare com João 10:38; 2Pedro 1:5.
Em 1João 4:16, as palavras estão em ordem inversa, mas a construção indica que “temos crido” qualifica e explica “viemos a saber”, mas não está diretamente ligado a “o amor que Deus tem por nós”, que depende de “sabemos”.
que tu és o Santo de Deus. De acordo com a leitura correta, o Santo de Deus. Compare com Marcos 1:24; Lucas 4:34. O conhecimento dos demônios alcançava a essência da natureza do Senhor. Veja também Apocalipse 3:7; 1João 2:20; João 10:36; e o v. 27 deste capítulo.
Essa confissão de Pedro deve ser comparada com a registrada em Mateus 16:16, que pertence ao mesmo período, mas a circunstâncias diferentes. Aqui, a confissão aponta para o caráter interior no qual os apóstolos encontraram a garantia da vida; lá, a confissão foi sobre o ofício público e a Pessoa teocrática do Senhor. Supor que uma confissão é apenas uma representação imperfeita da outra é negar a plenitude da vida que está por trás de ambas. Esta confissão também deve ser comparada com as confissões no capítulo 1 de João. Aqui, ela é feita após a decepção da esperança popular e alcança o reconhecimento daquele caráter absoluto de Cristo que os demônios tentaram revelar prematuramente. [Westcott, 1882]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.