Juiz, shophet no original hebraico, significa propriamente um magistrado ou governante, ao invés de alguém que julga no sentido de analisar uma causa. Este é o nome dado aos governantes que presidiram os interesses dos israelitas durante o intervalo entre a morte de Josué e a ascensão de Saul (Juízes 2:18), um período de anarquia geral e confusão.
“O ofício de juízes ou regentes era ocupado durante a vida, mas não era hereditário, nem podia-se indicar seus sucessores. A autoridade deles era limitada apenas pela lei, e em casos duvidosos eles eram orientados a consultar o divino Rei através do sacerdote por Urim e Tumim (Números 27:21). Sua autoridade se estendia apenas sobre as tribos pelas quais haviam sido eleitos ou reconhecidos. Não havia salário vinculado ao seu cargo, e eles não tinham nenhuma marca externa de dignidade. Os únicos casos de nomeação divina direta são os de Gideão e Sansão, e este último estava na posição peculiar de ter sido chamado “para começar a libertar Israel” antes do seu nascimento. Débora foi chamada para libertar Israel, mas já era juiz. Samuel foi chamado pelo Senhor para ser um profeta, mas não um juiz, o qual resultou do reconhecimento pelo povo dos dons presentes nele; e quanto a Eli, o ofício de julgar ter sido concedido naturalmente ou melhor, dele de modo oficial”.
De cinco dos juízes, Tola (Juízes 10:1), Jair (Juízes 10:3), Ibsã, Elom e Abdom (Juízes 12:8-15), não temos registro algum além do simples fato de que eles eram juízes. A história sagrada não é a história dos indivíduos, mas do reino de Deus em seu contínuo avanço.
Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Judge).