E os israelitas disseram a Gideão: Sê nosso senhor, tu, e teu filho, e teu neto; pois que nos livraste da mão de Midiã.
Comentário de Keil e Delitzsch
(22-23) Os atos remanescentes de Gideão, e a morte. – Juízes 8:22, Juízes 8:23. Como Gideão havia tão gloriosamente libertado Israel da severa e longa opressão por parte dos midianitas, os israelitas lhe ofereceram uma coroa hereditária. “Os homens de Israel” eram quase todas as doze tribos, mas provavelmente apenas as tribos do norte da parte ocidental da terra já mencionada nos Juízes 6:35, que tinham sofrido mais severamente com a opressão midianita, e tinham sido os primeiros a se reunirem em torno de Gideão para fazer um ataque ao inimigo. A tentação de aceitar o governo de Israel foi resistida por este guerreiro de Deus. “Nem eu nem meu filho governaremos sobre vós; Jeová governará sobre vós”, foi sua resposta a esta oferta, contendo uma alusão evidente ao destino e à constituição das tribos de Israel como uma nação que Jeová havia escolhido para ser sua própria possessão, e à qual ele havia acabado de se dar a conhecer de uma maneira tão conspícua como seu Governante e Rei onipotente. Esta recusa da dignidade real por parte de Gideão não está em desacordo com o fato de que Moisés já havia previsto a possibilidade de que em algum momento futuro o desejo de um rei surgiria na nação, e lhes havia dado uma lei para o rei expressamente destinada a tais circunstâncias (Deuteronômio 17:14.). Pois Gideão não recusou a honra porque Jeová era rei em Israel, ou seja, porque considerava uma monarquia terrestre em Israel como irreconciliável com a monarquia celestial de Jeová, mas simplesmente porque achava que o governo de Jeová em Israel era amplamente suficiente, e não considerava nem a si mesmo nem a seus filhos chamados a fundar uma monarquia terrestre. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.