E o espinheiro respondeu às árvores: Se em verdade me elegeis por rei sobre vós, vinde, e assegurai-vos debaixo de minha sombra: e se não, fogo saia do espinheiro que devore os cedros do Líbano.
Comentário de G. F. Moore
Aqui, finalmente, eles encontraram alguém que estava pronto para ser seu rei.
Se em verdade me elegeis por rei sobre vós – se não for brincadeira e zombaria, mas falam com seriedade.
vinde, e assegurai-vos debaixo de minha sombra – coloque-se sob minha proteção e confie em mim. A ironia da fábula tem seu clímax na seriedade dessa promessa de proteção: a imagem das árvores da floresta e do campo buscando abrigo à sombra do espinheiro traz em si todo o absurdo da situação. Os homens queriam um rei para defendê-los de seus inimigos (8:22ss; 1Samuel 9:16); de que adiantava um rei que não podia fazer isso?
e se não, fogo saia do espinheiro que devore os cedros do Líbano. Sem dúvida, não era incomum que um fogo, começando entre espinhos, se espalhasse pelo campo e pelo pomar (Exodo 22:6), ou pela floresta (Isaías 9:18), de modo que o humilde espinho se tornasse a destruição das árvores mais majestosas. Os cedros do Líbano representam o extremo oposto [of creation] do espinho; veja 2 Reis 14, a resposta insultante de Jeoás a Amazias de Judá. Onde não há poder para ajudar, pode haver infinitas possibilidades de dano. Aqueles que fizeram o espinho rei sobre eles se colocaram neste dilema: se fossem fiéis a ele, gozariam de sua proteção, que era uma zombaria; se fossem falsos com ele, ele seria sua ruína. [Moore, 1895]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.