Mandrágoras

A mandrágora (nome científico: Mandragora officinarum) é uma planta de largas folhas verde escuro, flores roxas, frutos verdes que se tornam amarelo claro quando maduros, e uma raiz bifurcada. Ainda é encontrada madura na colheita de trigo (maio) nas partes mais baixas do Líbano e do Hermom (Gênesis 30:14). Os frutos produzem tontura e êxtase. Os antigos acreditavam que eles serviam para produzir fecundidade. Seu nome hebraico, duwdaim, “fruto-do-amor”, concorda com o fato de serem usados para despertar o amor; Raquel tinha essa noção supersticiosa (Gênesis 30:14-17). [Fausset]

Mandrágora (Mandragora officinarum) com frutos ainda verdes. Foto: H. Zell

Raquel, Lia e as mandrágoras

Rúben, filho de Lia, que tinha então quatro anos, encontrou mandrágoras no campo e as trouxe para sua mãe […] Mais ou menos do tamanho de um noz-moscada, as mandrágoras possuem um cheiro forte e agradável, e eram usadas pelos antigos, como ainda são pelos árabes, como meio de estimular a fecundidade. Ao pedido de Raquel de que ela lhe desse algumas, Lia respondeu (Gênesis 30:15): “Você acha pouco o fato de ter tomado de mim o marido? Vai tomar também as mandrágoras de meu filho?” Por fim, ela concordou em dá-las com a condição de que Raquel deixasse Jacó dormir com ela na noite seguinte. Depois de relatar como Lia concebeu novamente, e Raquel continuou estéril apesar das mandrágoras, o escritor faz a justa observação (Gênesis 30:17), “Elohim ouviu Lia”, para mostrar que não era a partir de meios naturais como o fruto-do-amor, mas de Deus, o autor da vida, que ela havia recebido tal fecundidade. [Keil e Delitzsch]