E ficavam admirados com o seu ensinamento, pois, diferentemente dos escribas, ele os ensinava como quem temautoridade.
Comentário de Stewart Salmond
E ficaram admirados. Uma palavra forte que expressa um assombro que os tirava de si mesmos.
com o seu ensinamento. Uma tradução melhor do que “doutrina”, pois o foco aqui está mais na maneira como Ele ensinava do que no conteúdo em si.
pois, diferentemente dos escribas, ele os ensinava como quem tem autoridade. O que os impressionou não foi tanto o que Ele disse, mas como Ele disse. Seus mestres tradicionais, ao exporem a Lei ou os Profetas, falavam como aqueles que não tinham uma fonte clara de conhecimento em si mesmos e nenhuma convicção interna sobre a verdade do que ensinavam. Frequentemente, apelavam a autoridades externas — citando grandes rabinos ou a tradição — de forma dogmática, mas não convincente. Mas Cristo falava com certeza, com uma autoridade inerente, como alguém que possuía conhecimento em si mesmo e uma mensagem direta de Deus. Suas palavras não deixavam dúvidas e se impunham imediatamente como verdadeiras. Para aqueles judeus, isso era algo realmente novo.
diferentemente dos escribas. Os “escribas”, também chamados de “doutores da lei” (Lucas 5:17), eram a classe poderosa que o povo judeu reconhecia como seus mestres oficiais, e com quem nosso Senhor frequentemente entrou em conflito. Eles foram os responsáveis por construir e continuar a interpretar o extenso sistema de leis tradicionais que, segundo Jesus, anulava a palavra de Deus, dando mais ao externo e mecânico o lugar que pertencia ao espiritual. Certamente, havia escribas que possuíam uma melhor compreensão da religião e da lei divina, mas, como grupo, na época de Cristo, haviam se tornado pedantes, excessivamente detalhistas e autoritários. [Salmond, 1906]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.