Um leproso aproximou-se dele, rogando-lhe, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo-lhe: Se quiseres, tu podes limpar-me.
Comentário de Stewart Salmond
(40-45) O CASO DE UM LEPROSO; compare com Mateus 8:2-4; Lucas 5:12-16. A lepra parece ter sido uma doença relativamente comum entre os judeus (Lucas 4:27). No Antigo Testamento, é mencionada pela primeira vez em conexão com os sinais que Moisés deveria realizar para comprovar sua missão divina (Êxodo 4:6). Depois, aparecem os casos de Miriã, Naamã, Geazi, Uzias, os leprosos de Samaria (2Reis 7:3) e outros. A Lei Levítica dedicava regulamentos detalhados à doença (Levítico 13), distinguindo talvez sete variedades distintas. No Novo Testamento, três casos são registrados: o homem curado aqui pelo toque e pela vontade de Jesus, os dez leprosos no vilarejo (Lucas 17:12) e Simão, o leproso (Mateus 26:7; Marcos 14:3). No entanto, esses são apenas exemplos selecionados (compare com Mateus 10:8; 11:5; Lucas 7:22). O que exatamente era essa lepra, porém, é difícil determinar. Há uma tendência a distinguir entre a lepra mencionada na Bíblia e a doença conhecida por esse nome na antiguidade e nos tempos modernos. Esta última, que pode ser identificada em pelo menos uma de suas formas como elefantíase, é uma das enfermidades mais terríveis conhecidas — uma doença muito antiga, documentada na Índia desde pelo menos 1400 a.C. e no Egito desde 1550 a.C. A lepra bíblica, por outro lado, pode ter sido uma doença de pele suficientemente repulsiva, mas menos severa que a elefantíase. O termo “lepra” provavelmente era aplicado a um conjunto de enfermidades cutâneas associadas à impureza. Por isso, sua cura é descrita no Novo Testamento como uma “purificação”. A doença mencionada na maioria dos textos bíblicos pode ter sido psoríase, uma afecção de pele desagradável e debilitante, mas não necessariamente incurável.
Um leproso aproximou-se dele. Esse caso foi registrado porque pode ter sido o primeiro desse tipo ou porque causou um impacto significativo, levando a uma mudança no método de Jesus (compare com Marcos 1:45). Lucas o insere após a pesca milagrosa; Mateus, depois do Sermão da Montanha. Lucas também descreve o homem como “cheio de lepra”, indicando que a doença o afetava completamente, da cabeça aos pés.
rogando-lhe, pondo-se de joelhos. Mateus diz que ele “adorou” Jesus, enquanto Lucas menciona que caiu com o rosto em terra. Nem Mateus nem Marcos dizem de onde ele veio, mas Lucas afirma que era “de uma das cidades”. O mais notável nesse relato é a fé do homem no poder de Jesus.
Se quiseres. Ele não duvida da capacidade de Jesus, mas não tem certeza se a cura de um leproso se enquadrava no propósito ou na missão dele. Sua dúvida foi rapidamente e misericordiosamente removida. [Salmond, 1906]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.