E enquanto passava, ele viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de coleta de impostos, e disse-lhe: Segue-me.Então Levi se levantou e o seguiu.
Comentário do Púlpito
É provável que nosso Senhor tenha permanecido algum tempo em Cafarnaum antes de partir novamente. A palavra “voltou” (13) refere-se à sua saída anterior. Quando ele saiu nesta ocasião, ele parece ter viajado para o sul ao longo da costa. Lá, não muito longe de Cafarnaum, ele viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de coleta de impostos (ἐπὶ τὸ τελώνιον); mais literalmente, no local do pedágio. Esse lugar seria uma linha direta para os comerciantes de Damasco a Accho, e um local conveniente para o recebimento das taxas de embarque. É observável que no próprio Evangelho de São Mateus (Mateus 9:9) ele se descreve como “um homem chamado Mateus”. São Lucas, como São Marcos, o chama de Levi. A mesma pessoa, sem dúvida, se refere. É mais provável que seu nome original fosse Levi e que, ao ser chamado para ser apóstolo, recebeu um novo nome, o de Mateus, ou Matatias, que, de acordo com Gesenius, significa “o dom de Jeová”. Em seu próprio Evangelho, ele se autodenomina Mateus, para que possa proclamar a bondade e o amor de Cristo para com ele, no espírito de São Paulo, onde diz:”Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou o principal”(1Ti 1:15). Me siga; eu, isto é, a quem já ouvistes pregar o evangelho do reino em Cafarnaum, e confirmá-lo por muitos milagres, e especialmente por aquele milagre notável de que falam todos, a cura do paralítico. São Crisóstomo diz que “nosso Senhor chamou Mateus, que já estava constrangido pelo relato de seus milagres”. A condescendência de Cristo é mostrada nisto, que ele chamou Mateus de “publicano”, que por causa disso era odioso para os judeus, não apenas por ser um participante de sua graça, mas por ser um de seus seguidores escolhidos, um amigo, um apóstolo e um evangelista.
Foi argumentado contra a verdade do Cristianismo, por Porfírio e outros, que os primeiros discípulos seguiram a Cristo cegamente, como se eles tivessem seguido sem razão qualquer um que os chamasse. Mas eles não eram homens que agiam por mero impulso e sem razão. Os milagres, sem dúvida, produziram uma impressão sobre eles. E então podemos razoavelmente supor que suas faculdades morais perceberam a majestade da Divindade brilhando através do semblante do Filho de Deus. Assim como o ímã atrai o ferro, Cristo atraiu Mateus e outros para si; e por este poder atraente comunicou suas graças e virtudes a eles, como um amor ardente de Deus, desprezo do mundo e zelo ardente pela salvação das almas. [Pulpit, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.