Marcos 2:23

E aconteceu que, enquanto Jesus passava pelas plantações no sábado, os seus discípulos, andando, começaram a arrancar espigas.

Comentário do Púlpito

Se houver uma sequência rápida nesta parte da narrativa, o jejum referido nos últimos versículos pode ter ocorrido no dia anterior. São Lucas (6:1) aqui adiciona ao relato de São Marcos as palavras, “e comeu, esfregando-as [isto é, as espigas de trigo] em suas mãos”; uma evidência incidental de uma vida simples, de que aqui não comiam comida preparada, mas simples grãos de trigo, que separavam do joio esfregando as espigas de trigo nas mãos. Esta passagem marca com bastante precisão a época do ano. O milho naquele distrito estaria amadurecendo em maio. Portanto, não demoraria muito para a Páscoa. A difícil expressão em São Lucas 6:1, ἐν σαββάτῳ δευτεροπρώτῳ, e que é traduzida na Versão Autorizada “no segundo sábado após o primeiro,” é reduzida pelos Revisores de 1881 à frase simples (ἐν σαββάτῳ), ” em um sábado “, não havendo evidência suficiente para persuadi-los a reter a palavra δευτεροπρώτῳ. Mas outras evidências parecem mostrar que o incidente ocorreu mais cedo do que o registrado por São Mateus. Os Pais gostam de aplicações espirituais dessa fricção das espigas de trigo. Beda, ao comentar o fato dos discípulos colherem as espigas de trigo e esfregá-las até que se livrem das cascas e obtenham o próprio alimento, diz que o fazem quando meditam nas Sagradas Escrituras e as digerem, até eles encontram neles o núcleo, a quintessência do deleite; e Santo Agostinho culpa aqueles que apenas se agradam com as flores da Sagrada Escritura, mas não esfregam o grão pela meditação, até que obtenham o verdadeiro alimento da virtude. [Pulpit, aguardando revisão]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.