És tu aquele que deveria vir, ou devemos esperar outro?’
És tu aquele que deveria vir. Não há motivos adequados para presumir, como alguns têm feito, que João Batista enviou os discípulos apenas para eliminar as dúvidas deles. A pergunta vem dele; a resposta é enviada a ele. Nenhuma dificuldade em compreender como a dúvida que a pergunta parece implicar poderia entrar na mente do Baptista após o testemunho que ele tinha dado e o que tinha ouvido, pode justificar que façamos violência ao que parece ser o significado claro da história. E não é preciso ir muito longe para encontrar o motivo da pergunta. A dor da esperança adiada transforma a plena certeza da fé em algo semelhante ao desespero. Assim o velho Jeremias se queixou, na amargura de seu espírito, de que Javé o tinha enganado (Jeremias 20:7). Assim, agora João Batista, à medida que semana após semana passou sem o aparecimento do reino como ele esperava, sentia como se o Rei estivesse abandonando o precursor e arauto de Seu reino. As próprias maravilhas de que ele ouvia tornavam o sentimento mais doloroso, pois pareciam dar prova do poder e levá-lo à conclusão de que faltava vontade. E então ele envia seus discípulos com a pergunta, que é mais de impaciência do que de dúvida: “És Tu aquele de quem os profetas falaram” (Salmo 40:7; 118:26; Malaquias 3:1)? Se a reposta é sim, por que demoras para te manifestar como Rei? Devemos ainda esperar um outro e diferente Cristo?” [Ellicott, 1905]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.