Enquanto ele ainda estava falando, eis que uma nuvem brilhante os cobriu. E eis que uma voz da nuvem disse: Este é o meu Filho amado, em quem me agrado; a ele ouvi.
Comentário de J. A. Broadus
uma nuvem brilhante. As nuvens geralmente são escuras, mas esta era cheia de luz (mesma palavra usada em Mateus 6:22), e, durante a noite, deve ter sido um espetáculo sublime. Compare com as teofanias do Antigo Testamento, como em Êxodo 38:9 e 1Reis 8:10.
Os três discípulos parecem ter ficado fora da nuvem luminosa; Lucas, no texto grego correto, deixa isso em aberto, assim como Mateus. Contudo, uma voz vinda da nuvem sugere que aqueles que a ouviram estavam do lado de fora.
Mateus repete “eis” três vezes em rápida sucessão (Mateus 17:3, Mateus 17:5), destacando a notável natureza de cada evento. Em duas outras ocasiões, uma voz sobrenatural deu testemunho de Jesus (Mateus 3:17; João 12:28).
As palavras aqui ditas são as mesmas que no batismo de Jesus (veja em Mateus 3:17), com a adição em todos os três evangelhos de “a ele ouvi,” um chamado solene para escutar os ensinamentos de Jesus e submeter-se à sua autoridade. A frase “em quem me agrado” não aparece em Marcos e Lucas, e, no texto grego correto de Lucas (Lucas 9:35), o termo usado é “escolhido” em vez de “amado.” Obviamente, as palavras não podem ter sido ditas exatamente em todas essas formas, o que é uma prova clara de que os evangelistas não pretendiam sempre reproduzir as palavras exatas (compare com Mateus 3:17). A expressão “a ele ouvi” provavelmente faz referência a Deuteronômio 18:15: “um profeta… semelhante a mim; a ele ouvireis.” É possível que Pedro tenha se lembrado disso quando citou essa passagem ao falar aos judeus (Atos 3:22). [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.