E ele lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, a não ser um: Deus. Porém, se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
Comentário de J. A. Broadus
É possível (segundo Agostinho) que Jesus tenha usado primeiro a expressão registrada em Marcos e Lucas, e depois a registrada em Mateus. Contudo, os Evangelistas frequentemente relatam uma mesma declaração com termos diferentes (veja Mateus 3:17). Ambas as formas expressam a verdade e, no essencial, estão de acordo.
Chamar Jesus de “bom” (como em Marcos e Lucas) era uma espécie de elogio superficial dirigido a alguém abordado apenas como um rabino. No entanto, a verdadeira bondade deve ser atribuída exclusivamente a Deus. Nenhum mestre religioso realmente gostaria de ser chamado de “um homem bom.” Da mesma forma, ao perguntar a um mestre sobre o que é bom ou qual boa ação deve ser feita, não se deve partir da ideia de que qualquer mestre humano, por si só, está qualificado para oferecer a instrução desejada. Somente Deus é perfeitamente bom, e as lições sobre bondade não são simplesmente lições de sabedoria ética humana, mas de instrução divina. Essa é uma verdade de suma importância. Em todas as épocas e culturas, as pessoas tendem a considerar a instrução moral e religiosa como algo meramente humano, esquecendo-se de que a mais elevada sabedoria religiosa deve vir daquele que é a sabedoria e a bondade perfeitas.
Porém, se queres entrar na vida (compare com Mateus 5:20), guarda os mandamentos. Bengel comenta: “Aos que se sentem seguros, Jesus aponta a lei; aos contritos, Ele consola com o evangelho.” [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.