Mas, chegando também o que havia recebido um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és homem duro, que colhes onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhaste;
Comentário de J. A. Broadus
homem duro, a palavra grega para “duro” (“severo”, NVI) tem usos metafóricos semelhantes aos nossos. A imagem de “colher onde não espalhou” não é exatamente a mesma que “ceifar onde não semeou”, mas parece significar colher o trigo que, após ser cortado, havia sido espalhado para secar e amadurecer; ou então recolher da eira o que outro havia espalhado para ser debulhado. O servo disse que sabia que seu mestre era severo e ganancioso, tirando proveito do trabalho dos outros. Ele, portanto, finge que teve medo de investir o talento em negócios; pois, se lucrasse, o mestre tomaria tudo (segundo Goebel); e, se perdesse o capital, seria tratado duramente, já que alguém que se apegava tanto ao lucro não teria paciência com a perda. Assim, ele devolve o talento, dizendo que isso era tudo o que realmente pertenceria ao seu mestre, mesmo que tivesse se envolvido em negócios lucrativos. Ele não reconhece sua posição e dever como servo e tenta se desculpar atacando o caráter e a disposição de seu mestre. Alford: “As virgens tolas falharam por pensar que sua parte era muito fácil; o servo mau falha por pensar que sua parte era muito difícil.” [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.