E eu vos digo que desde agora não beberei deste fruto da vide, até aquele dia, quando convosco o beber, novo, no reino do meu Pai.
Comentário do Púlpito
não beberei deste fruto da vide. Ele está prestes a morrer. Deste momento em diante, ele não prova o cálice. Não se conclui que ele tenha bebido do vinho consagrado que deu a seus apóstolos. A probabilidade é contra ele ter feito isso (veja Mateus 26:26). Ele usou as mesmas palavras com o primeiro cálice no início da ceia (Lucas 22:18). Deste ele provavelmente participou, mas não deste último. O fruto da vide é uma forma poética de descrever o vinho (compare com Deuteronômio 22:9; Isaías 32:12, etc.). É absurdo encontrar neste termo um argumento para defender que aqui seja suco de uva sem álcool. O vinho, para ser vinho, deve sofrer fermentação e, para não apodrecer ou virar vinagre, deve desenvolver álcool.
quando convosco o beber, novo, no reino do meu Pai. Este anúncio misterioso foi interpretado de várias maneiras, e seu significado deve permanecer incerto. Alguns referem-se à relação de Cristo com seus discípulos depois que ele ressuscitou dos mortos, quando, por exemplo, ele comeu com eles (Lucas 24:30,42-43; Jo 21:12; Atos 1:4; 10:41). Mas isso parece dificilmente atender aos requisitos do texto, embora tenha o apoio de Crisóstomo, que escreve:”Por ter discursado com eles sobre a Paixão e a Cruz, ele introduz novamente o que tem a dizer de sua ressurreição, tendo feito menção a um reino diante deles, e por este termo chamando sua própria ressurreição. E por que ele bebeu depois de ressuscitado? Para que os mais resistentes não supusessem que a ressurreição fosse uma fantasia. Para mostrar, portanto, que eles deveriam vê-lo manifestadamente ressuscitado, e que ele deveria estar com eles mais uma vez, e que eles mesmos seriam testemunhas das coisas que são feitas, tanto por vista como por ato, diz ele, “até que eu o beba novo com vocês”, dando testemunho. Mas o que é ‘novo’? De uma forma nova, isto é, de uma maneira estranha, não ter um corpo passível, mas agora imortal e incorruptível, e não precisar de alimento”. Alguns explicam isso da Páscoa, da qual ele então participou pela última vez, o tipo sendo cumprido nele. A solução não explica a nova participação no reino de Deus. Parece, no geral, melhor entendê-lo como uma profecia da grande ceia das bodas do Cordeiro e das alegrias que aguardam os fiéis nos novos céus e na nova terra. O vinho (o símbolo das felicidades desta dispensação) é chamado de “novo” em contraste com o caráter obsoleto daquilo que substituiu. (Bengel). [Pulpit]
Comentário Ellicott 🔒
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.