Pilatos, então, lhe disse: Não ouves quantas coisas estão testemunhando contra ti?
Comentário de J. A. Broadus
quantas coisas. O grego pode significar tanto “quantas” quanto “quão grandes”, podendo incluir ambos, ou seja, a imensidão das acusações. Podemos ver razões para esse notável silêncio, tanto diante do tribunal romano quanto do judeu? (Mateus 26:63)
1. Ele já havia sido condenado pelo Sinédrio por blasfêmia. Sua morte já estava decidida por eles, e Pilatos estava preso por seus próprios erros passados, tendo que ceder aos desejos deles. Não adiantaria falar; seria como lançar pérolas aos porcos. A única acusação que precisava de explicação para Pilatos foi explicada a ele em particular.
2. A crise de seu ministério havia chegado, sua “hora” agora tinha vindo. Por dois anos ele evitou cuidadosamente incitar a hostilidade de seus inimigos e o fanatismo de seus amigos. Mas não havia mais razão para adiar o confronto inevitável. Ele havia terminado sua obra de ensino, sua vida de humilhação, e a hora havia chegado para que ele fosse glorificado (João 12:23, João 17:4).
3. Sua morte não era apenas inevitável, mas necessária, e ele agora a aceitava voluntariamente (João 10:17-18). Uma oração ao Pai poderia interromper tudo, mas ele não faria essa oração (João 12:27; Mateus 26:53). A ideia dessa hora já havia sido um fardo para sua alma (Lucas 12:50), e na noite anterior sua aproximação lhe custou uma longa e dolorosa luta no jardim; mas agora ele estava pronto para suportar a cruz, desprezando a vergonha, pela alegria que lhe estava reservada (Hebreus 12:2). [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.