Por isso aquele campo tem sido chamado campo de sangue até hoje.
Comentário de J. A. Broadus
campo de sangue. Atos também menciona o termo aramaico Aceldama. A tradição que fixa o local de Aceldama no lado do vale de Hinom, ao sul de Jerusalém, remonta a Jerônimo (“Onom.”), enquanto Eusébio parece localizá-lo ao norte.
até hoje – indicando que este Evangelho foi escrito muitos anos após a crucificação; seria muito mais natural por volta do ano 60 d.C. do que no ano 40 d.C.
O relato em Atos 1:18-19 difere em vários pontos deste aqui apresentado. (1) Mateus diz que os chefes dos sacerdotes “compraram o campo”; Atos diz que “este homem adquiriu um campo.” A última expressão é exagerada, mas perfeitamente compreensível: tudo o que ele obteve por sua traição foi um campo. O dinheiro lhe rendeu apenas um lugar de sepultamento; esse foi o único resultado financeiro de sua transação iníqua. (2) Mateus diz que ele “se enforcou”; Atos, “caindo de cabeça, rebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.” Por que essas afirmações deveriam ser consideradas inconsistentes? Suponha que ele tenha se enforcado no campo do oleiro, provavelmente um local não cercado, de onde a argila do oleiro muitas vezes era retirada, como um olival, e, portanto, não muito caro; e suponha que a corda, ou um galho de árvore, tenha quebrado; assim, todas as declarações são explicadas. (3) Mateus atribui o nome “campo de sangue” ao fato de que foi comprado com o “preço de sangue”; Atos, ao fato de que seu próprio sangue foi derramado ali. Todas as circunstâncias (McClellan) devem ter se tornado conhecidas pelos cristãos que residiam em Jerusalém por anos após os acontecimentos, e teriam um interesse doloroso em toda a história. Uma das razões para o nome não exclui a outra. Essas várias explicações são artificiais, mas não muito forçadas, e certamente todas são possíveis; portanto, não se pode dizer de maneira justa que os relatos são incabíveis por serem contraditórios, nem que os escritores foram mal informados. [Broadus, 1886]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.