Em verdade te digo que não sairás dali enquanto não pagares a última moeda.
Comentário do Púlpito
Uma declaração solene do caráter implacável da justiça. Os romanistas sustentam que o verso implica (1) que, se o pagamento puder ser feito, a libertação acontece; (2) e esse pagamento pode ser feito.
A primeira afirmação é provável; mas quanto à menor sugestão da segunda, é totalmente insuficiente. Cristo afirma que a não reconciliação com um irmão, se levada além do limite de tempo dentro do qual a contenda pode ser resolvida, envolve consequências nas quais o elemento de misericórdia estará totalmente ausente. O elemento da misericórdia pode entrar até certo momento, mas depois disso só a justiça.
Será observado que, na interpretação acima, ἀντίδικος (“adversário”) foi consistentemente explicado como um adversário humano, pois esse parece ser o significado principal aqui. Mas não se deve esquecer que, na passagem paralela em Lucas, a referência é a Deus. As ofensas contra o homem são representadas em seu verdadeiro caráter como ofensas contra Deus, que é, portanto, descrito como o adversário em uma ação judicial. Que, de outro ponto de vista, seja também o juiz, não importa.
Ambas as concepções sobre este texto são verdadeiras e podem ser mantidas bem distintas. Pode ser que, de fato, essa referência de ἀντίδικος (“adversário”) a Deus também estivesse presente na mente de Mateus quando ele registrou essas palavras, e isso explicaria parcialmente a terrível ênfase no versículo 26. [Pulpit, 1897]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.