Números 30:7

Se seu marido o ouvir, e quando o ouvir calar a isso, os votos dela serão firmes, e a obrigação com que ligou sua alma, firme será.

Comentário de Keil e Delitzsch

Números 30:3-15 contém as regras relativas aos votos positivos e negativos feitos por uma mulher, e são dados quatro exemplos diferentes. O primeiro caso (Números 30:3-5) é o de uma mulher jovem, ainda solteira, e morando na casa de seu pai. Se ela fizesse um voto de desempenho ou abstinência, e seu pai soubesse disso e permanecesse em silêncio, era para ficar de pé, ou seja, permanecer em vigor. Mas se seu pai a retivesse quando soube disso, ou seja, proibiu-a de cumpri-lo, não era para permanecer ou permanecer em vigor, e Jeová a perdoaria por causa da recusa de seu pai. A obediência a um pai era mais alta do que um serviço religioso auto-imposto. – O segundo caso (Números 30:6-8) foi o de um voto de desempenho ou abstinência, feito por uma mulher antes de seu casamento, e trazido com ela (עליה, “sobre si mesma”) em seu casamento. Nesse caso, o marido tinha que decidir sobre sua validade, da mesma forma que o pai antes do casamento. No dia em que soube disso, ele poderia reter sua esposa, ou seja, dissolver seu voto; mas se ele não fizesse isso de uma vez, ele não poderia impedir seu cumprimento depois. שׂפתיה מבטא, […], que é proferida sem pensar ou sem reflexão (compare com Levítico 5: 4). Esta expressão implica que os votos de abstinência eram muitas vezes feitos por mulheres solteiras sem pensamento ou reflexão. – O terceiro caso (Números 30:9) foi o de um voto feito por uma viúva ou mulher divorciada. Tal voto tinha força total, porque a mulher não dependia de um marido. – O quarto caso (Números 30:10-12) foi o de um voto feito por uma esposa em seu estado de casada. Tal voto deveria permanecer em vigor se o marido permanecesse em silêncio ao ouvi-lo e não a restringisse. Por outro lado, não teria força se o marido a dissolvesse imediatamente. Depois disso segue a declaração geral (Números 30:13-16), que um marido pode estabelecer ou dissolver todo voto de desempenho ou abstinência feito por sua esposa. Se, porém, se calava “dia a dia”, confirmava-o com o seu silêncio; e se depois ele o declarasse nulo, ele deveria suportar a iniquidade de sua esposa. עונה, o pecado que a esposa teria que suportar se ela tivesse quebrado o voto por vontade própria. Isso consistia em uma oferta pelo pecado para expiar seu pecado (Levítico 5:4); ou se isso foi omitido, no castigo que Deus suspendeu sobre o pecado (Levítico 5:1). [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.