Comentário de A. R. Fausset
O coração do rei está nas mãos do Senhor, como os correntes de água: ele o direciona para onde quiser – com a mesma facilidade com que jardineiros direcionam águas para irrigação nos canais que lhes convém. O Senhor tem os corações de todos os homens em suas mãos; mas os reis são destacados, pois parece especialmente difícil mudar seus corações, devido à sua eminência e majestade, e porque são levados impulsivamente para onde estão inclinados. Assim, “o Senhor despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia” para convidar os judeus a reconstruir o templo (Esdras 1:1-4). Ele também direciona os corações de reis maus “para cumprir Sua vontade” (Apocalipse 17:17). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário do Púlpito
Um aviso contra o autoengano e aquela autocomplacência tola que pensa que seus próprios caminhos são os melhores. Na Septuaginta, está escrito: “Todo homem parece justo aos seus próprios olhos, mas o Senhor dirige os corações”. Compare com Provérbios 16:2; 14:12; 16:25; 20:24). [Pulpit]
Comentário de A. R. Fausset
Os preceitos morais são o fim, os preceitos positivos são os meios. Ambos devem ser obedecidos, mas o fim é mais importante que os meios. Substituir a obediência cerimonial pela obediência moral é hipocrisia (1Samuel 15:22; Miquéias 6:7-8). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
a lavoura dos perversos – se refere ao orgulho que cultivam, que gera o pecado como fruto (Oséias 10:12; Provérbios 10:16; Jeremias 4:3). Algumas traduções como a Caldaica, Septuaginta, Vulgata, Árabe e Síria traduzem como ‘a luz (ou lâmpada) dos ímpios’ (cf. Provérbios 13:9; Provérbios 24:20; Jó 21:17), significando o que eles gloriam: sua prosperidade material, beleza, força, filhos – tudo o que forma a base de seu orgulho. A versão em português é apoiada pelo uso do mesmo termo hebraico (nir) com um sentido semelhante em Provérbios 13:23; nessa versão está implícita a verdade que ninguém deveria usar a dificuldade da piedade e a facilidade do pecado como desculpa para pecar, pois na realidade pecar é tão trabalhoso quanto arar a terra para o agricultor (cf. Jeremias 9:15; Habacuque 2:13). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Provérbios 10:4; 13:4. Bacon aconselha ‘a não medir a agilidade pelo tempo que se passa, mas pelo avanço do trabalho’. Um homem sábio costumava dizer, quando via homens se apressarem para terminar: “Esperem um pouco, para que possamos terminar mais cedo.” Escolher o tempo é economizar tempo.’ “Corramos,” não com pressa, mas “com paciência, a corrida que nos está proposta” (Hebreus 12:1; cf. Mateus 13:5-6, “imediatamente,” Mateus 13:20-21; Romanos 2:7). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Trabalhar para obter tesouros com língua mentirosa (por falso testemunho, ou por deturpação na negociação) é algo inútil e fácil de se perder; os que assim fazem buscam a morte – é como um vapor lançado de um lado para outro pelo vento; e é o ato “daqueles que” eventualmente, embora inconscientemente, ‘estão buscando a morte’ eterna. O hebraico para “inútil” (hebel) significa vapor (cf. Salmo 68:2). Aqueles que buscam tesouros mentindo estão praticamente o tempo todo buscando a morte (Provérbios 11:27). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
A violência praticada pelos perversos os destruirá -ou os fará temer: de guwr (Gejer): Maurer interpreta como vinda de gaarar, como em Habacuque 1:15, serão arrastados como peixes apanhados em uma rede; mas Kimchi, no sentido de que os destruirá como com uma serra.
porque se negam a fazer o que é justo. Eles pecam não por ignorância ou precipitação, mas deliberadamente. Fazer justiça ao nosso próximo é um teste da sinceridade da nossa fé em Deus. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
O caminho do homem transgressor é problemático (“estranho”, ACF). O hebraico, ish, expressa um homem que já foi bom: “transgressor” implica sua perversidade por ter abandonado o bom caminho. ‘estranho’ é o predicado. Aquele que se desvia da bondade torna-se também estranho a Deus e à congregação dos “puros.”
porém a obra do puro é correta. Assim também marca o predicado em Provérbios 28:16. Assim, evita-se a dificuldade de dizer, “O caminho do homem (‘iysh, um homem bom) é transgressor.” Além disso, o equilíbrio das sentenças paralelas é melhor. O caminho do homem que é pervertido é também estranho a, ou alienado de, Deus; mas quanto ao puro, ou seja, o sincero, sua obra é reta, e assim seu caminho é de comunhão próxima com Deus (Mateus 5:8). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Os terraços planos nas casas orientais são frequentemente usados como locais de afastamento para meditação e oração (Atos 10:9). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
A alma do perverso deseja o mal – avidamente. A parte mais nobre do ser humano está completamente absorvida no mal.
seu próximo não lhe agrada em seus olhos – ele não poupa nem mesmo seu próximo, por mais amigável que o próximo possa ter sido. Seu amor pelo mal supera qualquer outra consideração, como amor, amizade, gratidão. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Castigando ao zombador, o ingênuo se torna sábio – (comentário em Provérbios 19:25) e ensinando ao sábio, ele ganha conhecimento – ele se torna mais sábio. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
“O justo considera com prudência a casa do ímpio; (mas Deus) destrói os ímpios por causa dos (seus) males.” (ACF). “O justo considera com prudência” que, embora “a casa do ímpio” pareça estar florescendo agora, “os ímpios” estão destinados a serem derrubados “por causa dos (seus) males”. Como apresenta uma dificuldade em que um sujeito diferente (“Deus”) é fornecido para “destrói” em relação ao sujeito “o justo considera” (“o homem justo”), prefiro tomar “o justo (homem)” como sujeito de ambos: então “destrói” é usado como “destruir e derrubar” é usado em Jeremias 1:10, de anunciar o propósito de Deus de derrubar: ‘O justo considera com prudência quanto à casa do ímpio:’ ele pronuncia a sua futura ‘derrubada por causa de sua maldade’, não obstante sua aparente prosperidade. Assim como Asafe considerou sabiamente e pronunciou a respeito deles no Salmo 83:1-18. Maurer, menos provavelmente, compara Provérbios 23:11 e Jó 34:17, e faz ‘o justo (Deus)’ sujeito de ambos os verbos. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Provérbios 1:28. Retribuição na mesma medida (Tiago 2:13). Os que são implacáveis para com seus semelhantes clamarão em vão pela misericórdia de Deus (Mateus 18:30-35). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
O presente em segredo extingue a ira. Por mais forte que seja a paixão da raiva, ela cederá à paixão mais forte, a cobiça. O segredo implica presentes culpáveis (Provérbios 17:23). Não são presentes honrosos, como os de Jacó para apaziguar Esaú (Gênesis 32:20). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Segundo a versão NVI “Quando se faz justiça, o justo se alegra, mas os malfeitores se apavoram.”
Comentário de A. R. Fausset
O homem que se afasta do caminho do entendimento (ou seja, da verdadeira religião; cf. Judas 1:11-12; 2Pedro 2:20-22) repousará no ajuntamento dos mortos – os perdidos (Provérbios 9:18). “Os mortos”, em hebraico, rəpā’îm: um termo aplicado aos gigantes rebeldes contra Deus em Gênesis 6:4; veja também Jó 26:5-6; Isaías 14:9). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
aquele que ama o vinho e o azeite – ou seja, os unguentos usados para ungir a pessoa em banquetes (Eclesiastes 9:7-9). Usá-los é lícito, mas “amar” essas coisas é inconsistente com o amor a Deus, o único que torna verdadeiramente “rico” (1João 2:15; 1Coríntios 7:29). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de T. T. Perowne
O resgate. Comp. “Eu dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Seba por ti… darei homens por ti e povos por tua vida”, Isaías 43:3-4. O Egito foi, por assim dizer, o preço pago pela libertação de Israel (Êxodo 10:7; Êxodo 12:29; Êxodo 14:30). [Perowne, 1899]
Comentário do Púlpito
Aqui está uma variante de Provérbios 21:9. Em vez do “canto do terraço”, temos um deserto, uma terra desolada, como o refúgio para onde o homem perseguido deve fugir, em vez de estar com uma mulher briguenta e irada. Assim diz a Vulgata. No entanto, parece melhor, conforme muitos comentaristas modernos, entender וָכָעַם não como outro epíteto, mas como equivalente a “e tormento”, ou seja, uma esposa briguenta e a irritação que acompanha tal aflição. A Septuaginta adiciona uma palavra ao texto, como estando na raiz da questão: “Do que com uma mulher briguenta, faladora e impetuosa.” [Pulpit]
Comentário de A. R. Fausset
Há tesouro desejável (um valioso estoque) e azeite (um artigo de grande riqueza na Judeia, Juízes 9:9; Oséias 2:22) na casa do sábio. Embora os sábios piedosos possam ter apenas uma pequena casa, eles têm um estoque abundante para suas necessidades e o utilizam com prudência.
mas o homem tolo é devorador – gasta em extravagâncias o que deveria guardar para o uso futuro. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Quem segue a justiça e a bondade achará vida (o dom da misericórdia divina), justiça (sua própria recompensa, Oséias 10:12; Mateus 5:6) e honra – embora muitas vezes seja agora desonrado pelos homens (2Coríntios 6:8; Romanos 2:7). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Eclesiastes 7:19; 9:14-16. A sabedoria é mais eficaz do que a força. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Quem guarda sua boca – como as portas bem guardadas da cidade. A “boca” é a porta; a “alma”, a cidade (Provérbios 12:13; Provérbios 13:2-3; Tiago 3:2). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
‘Zombador’ é o nome do arrogante e orgulhoso; ele trata os outros com uma arrogância irritante – literalmente, “na ira do orgulho”: aquele que dá livre curso ao impulso, combinada com orgulho, diante da menor provocação ou mesmo sem provocação alguma. Assim como Hamã estava cheio de ira soberba porque Mardoqueu não se curvava diante dele (Ester 3:5). A penalidade da ira soberba é que, embora tais pessoas se vejam como homens de espírito elevado e correto, seu verdadeiro nome será conhecido como “escarnecedores soberbos” no final (cf. Habacuque 2:5). Assim como Faraó (Êxodo 5:2) e Senaqueribe (2Reis 18:35). Contraste com Malaquias 3:2. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
O desejo do preguiçoso o matará (com esperanças frustradas, Provérbios 13:12, resultando na falta de tudo que é necessário, Provérbios 20:4), porque suas mãos se recusam a trabalhar. Ele está sempre apenas desejando: recusando-se a fazer qualquer esforço de trabalho para alcançar seu desejo (Provérbios 13:4). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
🔗 Para se aprofundar no assunto, leia o texto “O temor do Senhor é o antídoto contra a preguiça” do pastor batista Paulo Alves.
Comentário de A. R. Fausset
Ele (o preguiçoso, Provérbios 21:25) fica desejando suas cobiças o dia todo; mas o justo dá, e não deixa de dar. Tão distante está o justo de ‘cobiçar avidamente’ os bens dos outros, como o preguiçoso, que pela sua honesta ocupação (Efésios 4:28), ele tem seus desejos moderados abundantemente satisfeitos, e dá generosamente aos outros dos seus próprios bens (Salmo 37:25-26). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
O sacrifício dos perversos é abominável (em qualquer circunstância, Provérbios 15:8) quanto mais quando a oferta é feita com má intenção. Como Balaque e Balaão ofereceram seus sacrifícios na tentativa de induzir Deus a amaldiçoar o seu povo Israel (Números 23:1-3; Números 23:13); Absalão (2Samuel 15:7-10) e Jezabel, como um disfarce para traição (1Reis 21:9-12); a adúltera, para enganar seu tolo (Provérbios 7:14-15). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
A testemunha mentirosa perecerá; porém o homem que ouve (ou seja, que testifica apenas sobre o que ele mesmo ouviu) a verdade falará com sucesso – isto é, continuamente terá o poder dado a ele para ser testemunha. Ele não será silenciado como um mentiroso (Provérbios 19:5; Provérbios 19:9). Gejer interpreta “ouve” no sentido de “o homem que ouve” apenas aquelas coisas que devem ser ouvidas – ou seja, os mandamentos de Deus, entre os quais está este: Não dar falso testemunho (Rabi Salomão); o que é rápido para ouvir, e lento para falar (Tiago 1:19), que ouve coisas que tendem à edificação, à caridade e à defesa dos inocentes. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
“O homem perverso endurece o seu rosto” contra a admoestação, persistindo assim no caminho errado; “mas o correto”, se for levado a um erro, não endurece o rosto contra a advertência, mas cora de vergonha e tristeza, e assim “ele endireita o seu caminho.” O Qeri’ (margem) lê ‘considera [yaabiyn] seu caminho’. O Kethibh (texto) lê [yaakiyn] ‘endireita seus caminhos’: este é o melhor texto. O perverso não fica envergonhado de sua maldade. Ele nela persiste obstinadamente e descaradamente (Provérbios 7:13, margem; Isaías 3:9; Jeremias 5:3). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Isaías 7:9-10; Atos 5:39; cf. o caso do conselho sábio de Aitofel, 2Samuel 16:23; 2 Samuel 17:1-14, 23. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Salmo 20:7; Salmo 33:17; Isaías 31:1. Devemos usar os recursos externos, mas não devemos fazê-los nossa principal dependência. Somente o Senhor é o Salvador e Libertador. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
Visão geral de Provérbios
“O livro de Provérbios convida as pessoas a viverem com sabedoria e temor ao Senhor a fim de experimentarem a boa vida”. Tenha uma visão geral deste livro através de um breve vídeo produzido pelo BibleProject. (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro dos Provérbios.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – fevereiro de 2018.