Comentário de A. R. Fausset
O conselho de Salomão aos jovens, como o de um pai ao seu filho (Provérbios 1:8). Esquecer da lei de Deus é culpa do coração, não apenas da mente. Quando o coração guarda os preceitos de Deus como um tesouro precioso, a memória não os esquece com facilidade. [JFU, 1866]
Comentário Whedon
extensão de dias, e anos de vida e paz. Piedade e moralidade tendem a longevidade e prosperidade. [Whedon, 1874]
Comentário de A. R. Fausset
Nunca vá a lugar algum sem a companhia dessas virtudes. Bondade para com os homens; fidelidade, ou seja, sinceridade em relação a Deus. Esses dois compreendem todos os deveres que temos para com Deus e para com os homens. Amarra-as junto ao teu pescoço, não apenas como um enfeite (Provérbios 1:9; 5:22), mas como algo sempre próximo e visível, como uma corrente pendurada no pescoço (Provérbios 6:21; 7:3; Êxodo 6:8; 13:9,16; Deuteronômio 11:18), ao qual é feita alusão aqui (Cânticos 1:10; 4:9; Ezequiel 16:11, escreve-as na tábua de teu coração; compare com Jeremias 17:1; 2Coríntios 3:3). Somente o Espírito pode nos habilitar a escreve-las na tábua do coração (Jeremias 31:33). [JFU, 1866]
tu acharás graça e bom entendimento – ou seja, “conseguirá favor e boa reputação, diante de Deus e das pessoas” (NVT).
Comentário Whedon
não te apoies em teu próprio entendimento. Isto é, como se fosse suficiente para te orientar. “Nesta confiança em uma vontade suprema, justa, amorosa, estava o segredo de toda verdadeira grandeza. Ela antecipa o ensino de que o homem é justificado pela fé” (Speaker’s Commentary). [Whedon, 1874]
Em outras palavras, “Busque a vontade dele em tudo que fizer, e ele lhe mostrará o caminho que deve seguir” (NVT).
Como Deus nos guia? Ao reconhecer Deus, não devemos confiar imediatamente em sensações, nos sonhos, em vozes e ou em intuições. Muito menos devemos fazer da Bíblia um um sorteio, abrindo-a aleatoriamente e pegando o texto que primeiro nos chama a atenção como dado por Deus, e colocando nosso próprio significado nele. Devemos dedicar nosso entendimento ao abençoado volume da inspiração [a Bíblia], para que possamos encontrar seus princípios e preceitos que se aplicam ao nosso caso, e entregar os nossos corações à oração, por aquela influência do Espírito Santo que é necessária para nos libertar de todas as predisposições e preconceitos indevidos ao examiná-lo (R. Wardlaw).
Comentário de A. R. Fausset
Não “se impressione com sua própria sabedoria” (NVT) a ponto de pensar na sua suficiência independentemente da sabedoria de Deus (Isaías 5:21; contraste com Salmo 131:1; 1Coríntios 8:1-2; Gálatas 6:3; 1Coríntios 3:18, “se alguém entre vós nestes tempos pensa ser sábio, que se faça de louco, para que seja sábio”). Teme ao SENHOR, o verdadeiro antídoto para “sejas sábio aos teus próprios olhos” (compare com Romanos 11:20, ” Não tenhas orgulho, mas sim temor”). É “com o temor do Senhor o homem evita o mal” (Provérbios 16:6, NVI), como fez Jó (Jó 1:1). Esses dois, temer ao Senhor e se afastar do mal, são a verdadeira maneira de obter dEle o dom gratuito da salvação. [JFU, 1866]
Comentário Cambridge
remédio para teu corpo (ou então, “umbigo”, ARC). A condição moral e física estão conectadas através de uma lei eterna; mente sã, corpo são. A “devoção divina é proveitosa para tudo, pois tem as promessas da vida atual e da futura” (1Timóteo 4:8). [Cambridge, 1899]
Comentário de A. R. Fausset
Honra ao SENHOR com teus bens, e com a primeira parte de toda a tua renda – oferecendo voluntariamente ofertas para o Seu culto (Êxodo 23:19; Malaquias 3:7-10). Esta é outra parte da adoração de Deus, além das que acabam de ser enumeradas (Provérbios 3:1,5,7). Davi não ofereceu ao SENHOR, seu Deus, holocaustos que não lhe custassem nada (2Samuel 24:24). O Senhor se queixa da mesquinhez de Israel em relação a Ele como prova de falta de amor (Isaías 43:23). Ter misericórdia dos pobres é “honrar” a Deus (Provérbios 14:31). [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Em vez de se tornar mais pobre por honrar ao SENHOR com a sua renda, é dessa maneira que você será enriquecido abundantemente com todo tipo de alimento e bebida. Assim, no tempo de Ezequias, Azarias, o sumo sacerdote, disse: “Desde que começaram a trazer a oferta à casa do SENHOR, comemos e nos saciamos, e nos sobrou muito: porque o SENHOR abençoou seu povo, e restou esta abundância”. Leia Ageu (Ageu 1:6,9,13; 2:15-19) e também a história da viúva de Sarepta (1Reis 17:10-16). [JFU, 1866]
Comentário Ellicott
Leia também Jó 5:17.
Aqui temos um progresso notável para além do ensino do Pentateuco: por exemplo, Deuteronômio 28, no qual os judeus seriam tratados como crianças, e a punição ou recompensa acontecia como consequência imediata do bom ou mau comportamento. Debaixo de tal disciplina, a adversidade só poderia ser considerada como um castigo, um sinal do descontentamento de Deus; mas agora é feita uma manifestação adicional do Seu trato com o homem. Quando Ele envia problemas a Seus filhos, não deve mais ser visto como um pai ofendido castigando pelos seus erros, mas como alguém que, amorosamente, está os corrigindo. Até o Novo Testamento cita essas palavras com aprovação e sem acrescentar nada ao ensino delas (Hebreus 12:5-13). Aí é mostrado como todos os filhos de Deus devem, sem exceção, se submeter a essa disciplina. [Ellicott, 1905]
Este texto é citado pelo autor de Hebreus em Hebreus 12:5.
o homem que obtém conhecimento – ou então, “que consegue compreender as coisas” (NTLH).
Em outras palavras, “A sabedoria produz muito mais benefícios do que o ouro ou a prata mais finos” (VIVA).
Comentário Cambridge
seu lucro é melhor. Compare com Mateus 13:45-46, onde este provérbio é expandido para uma parábola. A mesma ideia de negociação na esfera moral e espiritual ocorre em Provérbios 11:19; 23:23; Jó 28:15-19. [Cambridge, 1899]
Ela [a sabedoria]é mais preciosa do que rubis – ou seja, do que pedras preciosas.
Comentário de A. R. Fausset
A sabedoria é descrita como uma virgem real ou rainha, com as duas mãos cheias de dádivas: em sua mão direita (a mais importante) está a longevidade, a principal das bênçãos terrenas e uma que provavelmente (embora não expressamente) Deus prometeu ao próprio Salomão em ligação ao dom da sabedoria (1Reis 3:12-13). [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Tanto o caminho como o fim a que o caminho leva são paz. Embora seus caminhos sejam dolorosos para a carne, eles são agradáveis para o espírito: não apenas agradáveis, mas “agradáveis” em si; não apenas pacíficos, mas a própria “paz”. “Há muitos caminhos agradáveis no mundo, mas não seguros; outros são seguros, mas não agradáveis”. [JFU, 1866]
Comentário Cambridge
A árvore da vida (Gênesis 2-3) é mencionada novamente neste livro (Provérbios 11:30; 13:12; 15:4), e somente em Apocalipse 2:7; 22:2. A árvore do conhecimento do bem e do mal era uma árvore da morte: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A árvore da Sabedoria é uma “árvore da vida”. [Cambridge, 1899]
“Não se admire que eu tenha dito que a sabedoria assegura todas essas bênçãos como longevidade, riquezas, etc .; porque ela tem feito coisas muito maiores do que estas. Foi por ela, como um dos Seus atributos divinos, que Deus fundou a terra e os céus” (Cornélio a Lápide).
Comentário de A. R. Fausset
Pelo seu conhecimento se fenderam os abismos – ou seja, “as fontes [de águas] profundas se rompem” (NVI) formando rios e riachos para saciedade do homem (Gênesis 1:9-10; Jó 38:8-12; Salmo 104:8-13; Provérbios 8:24-29).
e as nuvens gotejam orvalho. Como o orvalho não desce das nuvens, mas é formado perto do solo, o hebraico para orvalho é aqui usado para expressar uma leve chuva (Jó 36:27-28); ou então “as nuvens” são usadas aqui para as regiões mais baixas do ar, onde o orvalho é formado. As escrituras descrevem os fatos da natureza de acordo com os fenômenos, não na linguagem científica [o que seria anacrônico]. Como a primeira sentença descreve um exemplo da sabedoria de Deus na Terra, a segunda descreve um no céu ou no ar (Deuteronômio 33:28). O orvalho no Oriente, na ausência de chuva, é a mais importante dádiva para a vegetação. [JFU, 1866]
Em outras palavras, “Meu filho, tenha sempre estas duas coisas em vista: a verdadeira sabedoria e a capacidade de tomar decisões certas” (VIVA).
A sabedoria revela a justiça de Deus pela qual o crente em Cristo vive diante de Deus. Sem isso, o homem está morto em pecados (Habacuque 2:4; Efésios 2:1).
Porque serão vida para tua alma (compare com Provérbios 4:22; Isaías 38:16; Jo 12:49-50).
enfeite para teu pescoço (compare com Provérbios 1:9).
Compare com Provérbios 2:8; 4:12; 10:9; Salmo 37:23-24,31; 91:11; 121:3,8; Zacarias 10:12.
Quando te deitares, não terás medo (compare com Provérbios 6:22; Levítico 26:6; Salmo 3:5; 4:8; 121:4-7; Ezequiel 34:15).
teu sono será suave (compare com Salmo 127:2; Jeremias 31:26; Atos 12:6) – ou seja, “o seu sono será tranquilo” (NVI).
Em outras palavras, “Não precisará temer o desastre repentino, nem a destruição que vem sobre os perversos” (NVT).
Não temas o pavor repentino (compare com Jó 5:21-22; Salmo 27:1; 46:1-3; 91:5; 112:7; Isaías 8:12-13; 41:10-14; Daniel 3:17-18; Mateus 8:24-26; 24:6; Marcos 4:40; Lucas 21:9; Jo 14:1; 1Pedro 3:14).
nem a assolação dos perversos (compare com Salmo 73:19).
Porque o SENHOR será tua esperança (compare com Provérbios 14:26; Salmo 91:9-10; Habacuque 3:17-18)
guardará teus pés para que não sejam presos – ou seja, “não permitirá que seu pé fique preso numa armadilha” (NVT).
Comentário Ellicott
Em outras palavras, “Sempre que puder, ajude os necessitados” (NTLH). Compare com Romanos 13:7; Gênesis 6:10; Tito 2:14; Tiago 2:15-16. Uma exortação para façamos a nós mesmos “amigos…com as riquezas da injustiça” (Lucas 16:9), lembrando que não somos donos absolutos, mas “administradores da variada graça de Deus” (1Pedro 4:10) , para que, quando “faltarmos”, ou seja, morrermos, “eles”, os amigos que fizemos pela nossa generosidade, possam nos receber no céu. [Ellicott, 1905]
Em outras palavras, “Se você pode ajudar seu próximo agora, não lhe diga: Volte amanhã, e lhe darei algo” (NVT). Compare com Levítico 19:13; Deuteronômio 24:12-15; Eclesiastes 9:10; 1Timóteo 6:18.
Não planejes o mal contra teu próximo (compare com Provérbios 6:14,18; 16:29-30; Salmo 35:20; 55:20; Miqueias 2:1-2).
Compare com Provérbios 17:14; 18:6; 25:8-9; 29:22; Mateus 5:39-41; Romanos 12:18-21; 1Coríntios 6:6-8; 2Timóteo 2:24.
Comentário Whedon
Não tenhas inveja do homem violento (compare com Provérbios 23:17; 24:1,19; Salmo 37:1; 73:3; Gálatas 5:21) – ou seja, não tenha inveja da pessoa que usa meios violentos ou ilegais para enriquecer: não desejes os seus ganhos injustos. [Whedon, 1874]
nem escolhas seguir algum dos seus caminhos (Pv 1:15-18; 2:12-15; 22:22-25) – ou seja, “nem imite sua conduta” (NVT).
o SENHOR abomina os perversos (compare com Provérbios 8:13; 11:20; 17:15; Salmo 18:26; Lucas 16:15).
mas guarda o seu segredo com os justos – ou seja, “mas aos justos ele oferece sua amizade” (NVT) ou “trata com intimidade” (ACF). Compare com Salmo 25:14; Mateus 11:25; 13:11; Jo 14:21-24; 15:15.
A maldição do SENHOR está sobre a casa do perverso (compare com Provérbios 21:12; Levítico 26:14-46; Deuteronômio 7:26; 28:15-68; 29:19-29; Josué 6:18; 7:13; Salmo 37:22; Zacarias 5:3-4; Malaquias 2:2).
porém ele abençoa o lar dos justos (compare com Deuteronômio 28:2-14; 2Samuel 6:11; Jó 8:6-7; Salmo 1:3; Salmo 91:10).
Comentário Ellicott
Certamente ele zomba dos zombadores (compare com Provérbios 9:7-8,12; 19:29; 21:24; 138:6). Esta é outra forma de expressar o ensino de Provérbios 1:24-33. Se o homem rejeitar as ofertas de misericórdia de Deus, com o tempo elas serão retiradas dele. E assim, como o homem lida com Deus, Deus irá finalmente lidar com ele. Compare com Levítico 26:23-24; Salmo 18:25-26; 81:11-12; Romanos 1:24-26. O versículo é citado em Tiago 4:6 e 1Pedro 5:5. [Ellicott, 1905]
Os sábios herdarão honra (compare com Provérbios 4:8; 1Samuel 2:30).
os loucos terão sobre si vergonha – ou seja, “os que desprezam a sabedoria serão cobertos de vergonha” (VIVA). Compare com Salmo 132:18; Isaías 65:13-15; Daniel 12:2-3.
Introdução à Provérbios 3
Provérbios 3 pode ser divido em três partes: a primeira (1-10) e a terceira (21-35) são exortações para a boa conduta e promessas da bênção que vem como consequência. A segunda parte (11-20) declara a utilidade do castigo divino e o valor da sabedoria. [Jamieson; Fausset; Brown]
Visão geral de Provérbios
“O livro de Provérbios convida as pessoas a viverem com sabedoria e temor ao Senhor a fim de experimentarem a boa vida”. Tenha uma visão geral deste livro através de um breve vídeo produzido pelo BibleProject. (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro dos Provérbios.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – julho de 2020.