1 (Salmo de Davi) SENHOR, quem morará no teu tabernáculo? Quem habitará no teu santo monte?
O “tabernáculo” e o “santo monte” de Sião em Jerusalém, evidentemente, não devem ser entendidos literalmente. São expressões figurativas, que remetem para a presença e favor divinos, e a benção de permanecer neles. [Pulpit, 1895]
2 Aquele que anda com integridade, e pratica a justiça; e com seu coração fala a verdade;
[aquele que] pratica a justiça – faz o que é certo. Ou seja, ele faz o que é adequado a ser feito em relação a Deus e ao homem. Compare com Miqueias 6:8. Por toda a Escritura é estabelecida a doutrina de que nenhuma pessoa pode ser amiga de Deus se não fizer habitualmente o que é certo. Veja 1 João 3:6-10. [Barnes, 1870]
3 que não difama com sua língua; não faz mal ao seu próximo, nem lança calunia contra o seu próximo;
“Próximo” aqui é o outro, seja quem for, qualquer membro da família humana. A palavra significa também amigo, companheiro, colega. [Whedon, 1874]
não difama com sua língua – ou seja, “não fala mal dos outros” (NTLH).
4 que despreza quem é digno de reprovação, mas honra aos que temem ao SENHOR; mantém seu juramento até sob seu próprio prejuízo, e não muda;
despreza quem é digno de reprovação – ou seja, aquele que não honra a pessoa de péssimo caráter por causa de sua riqueza, status social ou poder. Amando a virtude e a piedade por si mesmas, ele odeia tudo o que é oposto; e onde a conduta merece reprovação, não importa onde seja encontrada, ele não hesita em confessar sua convicção em relação a ela. O sentimento aqui é substancialmente o mesmo do Salmo 1:1.
mantém seu juramento até sob seu próprio prejuízo, e não muda – ou seja, alguém que fez uma promessa, ou firmou um contrato, que provavelmente se revelará contrário às suas expectativas, desvantajoso, mas quem ainda mantém o seu compromisso. Se a coisa em si está errada; se ele fez uma promessa, ou se comprometeu a fazer uma coisa iníqua, ele não pode ter a obrigação de cumpri-la; ele deve abandoná-lo imediatamente; mas ele não tem a liberdade de violar um acordo simplesmente porque será uma perda para ele, ou porque ele verifica que não será, como ele supôs, uma vantagem. Os princípios aqui estabelecidos se estenderão a todos os contratos ou acordos, financeiros ou não, e devem ser um princípio geral regulando todas as nossas transações com nossos semelhantes. A única limitação da regra é aquela declarada acima, quando a promessa ou o contrato envolveria algo moralmente errado. [Barnes, 1870]
5 que não empresta seu dinheiro com juros; nem aceita suborno contra o inocente. Quem faz isto, nunca se abalará!
não empresta seu dinheiro com juros. Quando um israelita tomava emprestado de outro, a cobrança de juros (ou seja, a usura) era estritamente proibida pela Lei (Êxodo 22:25; Levítico 25:36; Deuteronômio 23:19). Quando o tomador do empréstimo era estrangeiro, era lícita (Deuteronômio 15:3, 23:20); e nenhum descrédito pode ser atribuído à prática, desde que a taxa de juros cobrada seja moderada (veja Mateus 25:27). Aqui, o salmista contempla apenas a usura proibida pela Lei. [Pulpit, 1870]
O Salmo 15 se refere a um único assunto, mas que é o mais importante que pode vir à mente humana. Eis a questão. Quem é verdadeiramente religioso? Quem entrará no céu? Quem será salvo? O salmo contém uma declaração do que é a verdadeira religião; uma das declarações mais explícitas e formais que temos no Antigo Testamento sobre esse assunto. A forma em que o assunto é apresentado é a de uma pergunta no primeiro versículo, e da resposta a essa pergunta nos outros versículos do salmo.
(1) A pergunta (Salmo 15:1). A pergunta é: quem poderá morar com Deus em seu tabernáculo? quem terá o privilégio de habitar em seu santo monte (isto é, Sião, considerado como o lugar de morada de Deus, e o emblema do céu)? Em outras palavras, quem tem o direito de ter esperança no favor e na amizade de Deus?
(2) A resposta (Salmo 15:2-5). A resposta abrange os seguintes detalhes:
(1) Aquele que é integro, justo, honesto, verdadeiro (Salmo 15:2).
(2) Aquele que trata seu próximo adequadamente; que não o calunia ou o censura; que não escuta prontamente boatos caluniosos a seu respeito (Salmo 15:3).
(3) Aquele que considera os justos e os ímpios como eles devem ser considerados; que olha com desaprovação devida para todos os que são ” desprezíveis ” em seu caráter, e com verdadeiro respeito para todos os que temem ao Senhor (Salmo 15:4).
(4) Aquele que é fiel a um compromisso, embora este se revele contra seus próprios interesses (Salmo 15:4).
(5) Aquele que não se aproveita das necessidades alheias, que não põe seu dinheiro “à usura”, e que, se é um magistrado, não aceita um suborno para induzi-lo a condenar os inocentes (Salmo 15:5).
O salmo se propõe, no título, a ser “um salmo de Davi”. Não se sabe em que ocasião foi escrito, nem é relevante saber isso para entender o salmo. Alguns supõem que ele foi composto quando a arca foi levada da casa de Obede-Edom (2Samuel 6:12 em diante), mas não há nada no próprio salmo que nos leve a remetê-lo a essa ocasião, ou a qualquer outra ocasião especial. Parece estar – como o Salmo 1 – mais adaptado a todos os tempos e a todos os lugares. Ele contém uma ilustração geral da natureza da verdadeira religião, e não houve nenhum estado das coisas no mundo em que tal salmo não pudesse ser composto apropriadamente; não há nenhum em que ele não possa ser lido e ponderado apropriadamente. [Barnes]
Visão geral de Salmos
“O livro dos Salmos foi projetado para ser o livro de orações do povo de Deus enquanto esperam o Messias e seu reino vindouro”. Tenha uma visão geral deste livro através de um breve vídeo produzido pelo BibleProject. (9 minutos)
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