Um resumo da queixa. O abandono de Deus, quando subjugado pela angústia, é o clímax da miséria do sofredor.
Comentário de A. R. Fausset
A longa angústia é evidenciada por – não tenho sossego – literalmente, “não me silencio”, querendo dizer, eu continuamente choro; ou, correspondendo com “tu não me respondes”, ou não responde, pode significar, não há descanso ou silêncio para mim. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
tu és Santo – ou possuidor de todos os atributos que encorajam a confiança, e o alvo correto dos louvores da Igreja: consequentemente o sofredor não precisa se desesperar. [Jamieson; Fausset; Brown]
A experiência passada do povo de Deus é uma base de confiança.
e não foram envergonhados – ou então, “não se decepcionaram” (NVI).
Comentário de A. R. Fausset
Aquele que foi desprezado e rejeitado por seu próprio povo, como uma desgraça para a nação, poderia muito bem usar estas palavras de profunda humilhação, que não expressam seu real, mas estimado, valor. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Para os judeus que usaram um dos gestos (Mateus 27:39) aqui mencionados, quando o insultaram na cruz.
os lábios – (compare com o Salmo 35:21). [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Ele confiou no “SENHOR” – isto é, confiou seu fardo (Salmo 37:5; Provérbios 16:3) ao SENHOR. Esta é a linguagem dos inimigos que zombam com sua fé na hora de seu desânimo. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
A exortação à confiança estava bem fundamentada em sua experiência com a ajuda divina anterior, cuja ilustração é tirada do período indefeso da infância.
me deu segurança – literalmente, “me fez seguro”. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Eu fui lançado sobre ti desde que saí do útero. A referência é aos pais que recebem a criança ao nascer (Gênesis 30:3), como na versão NVT, “fui colocado em teus braços assim que nasci”.
tu és meu Deus – isto é, se mostraste “meu Deus”, por atos de amor, desde a minha concepção e nascimento. Deus era o seu Deus “desde o ventre [da sua] mãe”; Deus foi Seu Pai desde a eternidade. O “meu Deus” ao final da primeira parte retorna ao ponto em que Ele abriu no Salmo 22:1. [JFU, 1866]
A partir desta exposição de razões para o apelo, ele a renova, declarando sua dupla gravidade, a proximidade do problema e a ausência de quem o ajude.
Comentário de A. R. Fausset
Seus inimigos, com o vigor dos touros e a rapidez dos leões, o rodeiam, buscando ansiosamente sua ruína. A força de ambas as figuras é claramente evidente compradas ao nosso salmista. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário Ellicott
O estado de desesperança em que se encontra a vítima destes terríveis inimigos não poderia ser descrito de forma mais eloquente. Trata-se da mais completa fragilidade. [Ellicott, 1905]
Comentário de A. R. Fausset
O esgotamento absoluto e a fraqueza sem esperança, nessas circunstâncias de perigo urgente, são apresentados pelas figuras mais expressivas; a solidez do corpo é destruída e se torna como água; os ossos estão soltos; o coração, sede da vitalidade, se derrete como cera; todos os fluídos do organismo estão secos; a língua não pode mais executar o seu ofício, mas está seca e endurecida (compare Gênesis 49:4; 2Samuel 14:14; Salmo 58:8). Nisso, Deus é considerado a fonte suprema e os homens como instrumentos.
no pó da morte – claro, denota a sepultura. Não precisamos tentar encontrar a contrapartida exata de cada item da descrição nos detalhes dos sofrimentos de nosso Salvador. A linguagem figurativa assemelha-se a imagens de cenas históricas, apresentando verdade substancial, sob ilustrações, que, embora não sejam essenciais aos fatos, não são inconsistentes com elas. Se alguma porção dos terríveis sofrimentos de Cristo fossem intencionados, seriam sem dúvida os do jardim do Getsêmani. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Os malfeitores são bem descritos como cães, os quais, no Oriente, juntos, selvagens e vorazes, são objetos de grande repugnância. A última sentença tem sido objeto de muita discussão (envolvendo questões quanto à genuinidade da palavra hebraica traduzida por “perfurar”) que não pode ser inteligível para o leitor brasileiro. Embora não citada no Novo Testamento, a notória adequação da descrição aos fatos da história do Salvador, juntamente com dificuldades em participar de qualquer outro modo de explicar o verso no hebraico, justifica uma adesão aos termos de nossa versão e seu significado óbvio. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Sua magreza, uma expressão de sua miséria, é apresentada mais como objeto de contemplação para seus inimigos. As expressões, “olhando” e “prestando atenção”, muitas vezes ocorrem sugerindo sentimentos de satisfação (compare Salmo 27:13; Salmo 54:7; Salmo 118:7). [Jamieson; Fausset; Brown]
Essa previsão literalmente cumprida fecha a triste imagem do sofredor exposto e desamparado.
Ele agora se volta com um desejo inabalável e confia em Deus, que, em Sua força e fidelidade, é contrastado com os perigos urgentes descritos.
Livra minha alma – ou livra-me (compare Salmo 3:2; Salmo 16:10).
Comentário de A. R. Fausset
A libertação pleitada em vista da ajuda anterior, da perigosa iminência, do inimigo mais poderoso, representado pelo touro selvagem.
da boca do leão – (compare com o Salmo 22:13). O leão frequentemente usado como uma figura representando inimigos violentos; a conexão da boca indica sua rapidez. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Ele declara seu propósito de celebrar as relações graciosas de Deus e tornar públicas Suas perfeições manifestas (“nome”, Salmo 5:11), etc., e imediatamente convida os piedosos (aqueles que têm reverencial temor de Deus) a se unirem em especial louvor por uma libertação, ilustrando a bondosa consideração de Deus pelos humildes, a quem os homens negligenciam (Salmo 22:24). Esconder o rosto (ou olhos) expressa uma negligência delibera por uma causa, e recusar ajuda ou simpatia (compare Salmo 30:7; Isaías 1:15). [Jamieson; Fausset; Brown]
Reverenciem a ele (“Tremam diante dele”, NVI; ou então, “Temei-o todos vós”, A21).
Comentário de A. R. Fausset
Ele não desprezou – em contraste com Salmo 22:6: “desprezado pelo povo”. Embora o povo me desprezasse, Deus não desprezou o aflito’.
nem abominou – embora eu fosse como “um verme” (Salmo 22:6).
nem escondeu seu rosto dele – para sempre, embora Ele tenha feito isso por um tempo (Salmo 22:1-2; 10:1). [JFU, 1866]
Comentário de A. R. Fausset
Meu louvor será para ti – ou, talvez melhor, “de ti”, isto é, Deus dá graça para louvá-lo. Com a oferta de louvor, ele ainda manifesta sua gratidão, prometendo o pagamento de seus votos, na celebração do festival usual, conforme previsto na lei (Deuteronômio 12:18; Deuteronômio 16:11), dos quais os piedosos ou humildes, e os que buscam ao Senhor (Seus verdadeiros adoradores) participem e juntem-se a ele em louvor (Salmo 22:26). [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
No entusiasmo produzido por seus vívidos sentimentos, ele dirige-se em tais palavras aos piedosos ou humildes, assegurando-lhes o favor perpétuo de Deus (Salmo 22:26). A morte do coração denota morte (1Samuel 25:37); então a sua vida implica vida. [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
Seu caso ilustra o governo justo de Deus. Além do tempo e das pessoas existentes, outros serão levados a reconhecer e adorar a Deus; os ricos (29), assim como os pobres, os indefesos que não podem manter-se vivos, devem unir-se juntos para celebrar o poder libertador de Deus e transmitir aos não nascidos os testemunhos de Sua graça (30). [Jamieson; Fausset; Brown]
Comentário de A. R. Fausset
o reino pertence ao SENHOR – embora por um tempo Satanás, por causa do pecado do homem, o usurpe como “príncipe do mundo”. Ele continua pertencendo a Deus, e em breve isso se evidenciará. Essa consumação será quando Cristo se manifestar como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19:11-16). [JFU, 1866]
os ricos (ou “os poderosos”, A21) da terra comerão (celebrarão, NVT; “se banquetearão”, NVI) e adorarão.
os que descem ao pó – ou seja, todos os homens mortais, talvez se referindo especialmente aos reis da terra com sua glória transitória. [Dummelow, 1909]
ela será contada ao Senhor – ou, “será contado do Senhor a uma geração”. As obras maravilhosas de Deus serão contadas de geração em geração.
porque ele assim fez – isto é, o que o Salmo desenvolveu.
Introdução ao Salmo 22 🔒
Visão geral de Salmos
“O livro dos Salmos foi projetado para ser o livro de orações do povo de Deus enquanto esperam o Messias e seu reino vindouro”. Tenha uma visão geral deste livro através de um breve vídeo produzido pelo BibleProject. (9 minutos)
Leia também uma introdução ao livro de Salmos.
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